quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Deixem jogar o mantorras

Esqueçam clubismos; esqueçam nacionalidades (ou coisas piores que andam para aí); esqueçam a racionalidade; esqueçam a lógica. Mantorras tem não só o díficl mérito de levantar o estádio da luz ainda antes de entrar em campo como consegue por sportinguistas a escrever sobre isso. Depois de regressar à competição passados não sei quantos meses (ou foram anos?) e depois de 50320 atestados de invalidez passados pelos melhores especialistas em futebol moderno eis que surge o angolano a resolver um jogo do benfica. Saltou do banco e, numa daquelas ironias da bola, ajudou sobretudo quém pouco com ele tem contado. O seu espírito de sacrifício, a sua força de vontade, a sua disponibilidade fazem de mantorras um caso raro de empatia com os adeptos do futebol. Mantorras é um mito, o da força contra a adversidade. O seu percurso é uma linha curva e da mesma forma que não era o pior jogador do mundo também não passou a ser o melhor. Uma coisa é certa, o fatalismo do futebol benfiquista, tal como o calvário que o jogador tem passado, levou um pontapé nos tomates. Mantorras não pode jogar os 90 minutos mas, sem ironia, 20 chegam.

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